domingo, 4 de março de 2007

Made In Brazil



Não é de hoje que o Brasil sofre com o fracasso de público dos filmes nacionais. Normalmente, os únicos que chegam a uma marca considerável de espectadores são aqueles filmes que deixam um ar de: "especial da Globo", que apesar de tudo, muitas vezes lançam bons filmes, embora que na maioria das vezes são lançados aconpanhamentos para pipoca; Xuxa e Renato Aragão que o digam.

Além desses eternos comerciais infantis, o cinema brasileiro têm trabalhado muito com adaptações de peças teatrais e biografias de personalidades brasileiras (só o Rodrigo Santoro já está quase fechando com 2), ou seja, sempre trabalhando com roteiros adaptados e/ou muito pouco originais.

O jornal O Globo do mês de janeiro (não lembro de nada mais específico), trouxe uma reportagem com um produtor brasileiro que passou o ano de 2006 com fracassos sucessivos. Esta reportagem tem 2 pontos interessantes: um deles é o fato do brasileiro (em massa) frequentar pouco as salas de cinema; nas palavras do produtor, "o brasileiro escolhe um filme nacional por ano para assistir no cinema, em 2006 foi "E Se Eu Fosse Você", e em 2007 está sendo "A Grande Família - O Filme""; o que não deixa de ser verdade. Outro ponto bem lembrado pelo produtor é a falta que o país tem de "grandes roteiristas", palavras dele, o que não fica claro para ninguém é se a falta é de talento ou de incentivos governamentais, por que ser um roteirista como profissão neste país é muito difícil, gravar um filme aqui é ainda mais difícil, ainda mais se você for independente como o autor deste blog e seus sócios.

Quando venho falar de importância do governo para/com as produções nacionais, muitas pessoas falam que o país tem coisas muito mais importantes para se preocupar, como a corrupção e violência do que com o cinema... e eu respondo a elas que o cinema não salva vidas, ou cura doenças, mas contrói vidas; se a população tivesse mais acesso a cultura, a corrupção e a violência também teria uma segunda opção. A falta de interesse dos brasileiros os tornam iguais, eles não sabem se gostam ou não de Goddard, como iriam saber, se nem mesmo ouviram falar??

Rodrigo Matos