domingo, 11 de março de 2007

A VIOLÊNCIA NA TELONA

Irreversível - de Gaspard Noé, violência psicológica do início ao fim

Desde que você é pequeno, é orientado pelos seus pais e pelos seus professores, pedagogos e o diabo a quatro que violência só gera violência, guerras e falta de harmonia. Essa concepção continua assim pelo resto da sua vida. Ou não. Quando voce assiste seu primeiro filme do Tarantino, com tanta violência (explícita, inplícita, psicológica e física, enfim, uma suruba violenta de certa forma - até sexual, que se diga), você se choca ou se fascina.

O problema, nao é quando você se choca, se revolta e se vê em um ambiente tão sujo apresentado por um rolo de filme ou um disco digital. O problema em si, é quando você se fascina de uma forma incompreensível por toda aquela explosão de informações que é enfiada goela abaixo de você, que enxe os olhos de brilho (talvez um brilho avermelhado) e gera uma legião de pessoas para te julgar politicamente incorreto.

Mas desde quando violência é tabu na sociedade? Todo mundo ve tiroteio em favela, policial baleado, criança com cabeça esfacelada, e todo mundo se choca, mas ninguem deixa de trabalhar (ou viver) por causa disso. Daí, quando uma pessoa se fascina com isso, em um mundo de mentiras realistas passados por pontos coloridos (ou P&B's) na tela, aí sim somos motivo de choque e fascínio.

Talvez o problema da sociedade pós-moderna, é a hipocrisia diante da realidade, e a tentativa de esconder aquilo que está bem debaixo do nariz de todos nós. Somos chamados de assassinos, doentes, maníacos, por uma simples questão de gosto. Enquanto o choque de verdade, deveria vir da verdade, não daquilo que tenta imitá-la. Porque se não fosse de mentira, nao seria fascinante e delicioso de se assistir, porque muitas vezes, o nosso pensamento é o que mais conta dentro da nossa vida. E ainda tem gente que vem com a historia que violência so gera violência. Claro que tem os mentalmente defeituosos, mas isso não é nenhum filme que põe em ação. Violência so na telona (ou na telinha, pra quem curte uma sessão em casa) pessoal. E tirem as crianças da sala!

Luiz de Oliveira

domingo, 4 de março de 2007

Made In Brazil



Não é de hoje que o Brasil sofre com o fracasso de público dos filmes nacionais. Normalmente, os únicos que chegam a uma marca considerável de espectadores são aqueles filmes que deixam um ar de: "especial da Globo", que apesar de tudo, muitas vezes lançam bons filmes, embora que na maioria das vezes são lançados aconpanhamentos para pipoca; Xuxa e Renato Aragão que o digam.

Além desses eternos comerciais infantis, o cinema brasileiro têm trabalhado muito com adaptações de peças teatrais e biografias de personalidades brasileiras (só o Rodrigo Santoro já está quase fechando com 2), ou seja, sempre trabalhando com roteiros adaptados e/ou muito pouco originais.

O jornal O Globo do mês de janeiro (não lembro de nada mais específico), trouxe uma reportagem com um produtor brasileiro que passou o ano de 2006 com fracassos sucessivos. Esta reportagem tem 2 pontos interessantes: um deles é o fato do brasileiro (em massa) frequentar pouco as salas de cinema; nas palavras do produtor, "o brasileiro escolhe um filme nacional por ano para assistir no cinema, em 2006 foi "E Se Eu Fosse Você", e em 2007 está sendo "A Grande Família - O Filme""; o que não deixa de ser verdade. Outro ponto bem lembrado pelo produtor é a falta que o país tem de "grandes roteiristas", palavras dele, o que não fica claro para ninguém é se a falta é de talento ou de incentivos governamentais, por que ser um roteirista como profissão neste país é muito difícil, gravar um filme aqui é ainda mais difícil, ainda mais se você for independente como o autor deste blog e seus sócios.

Quando venho falar de importância do governo para/com as produções nacionais, muitas pessoas falam que o país tem coisas muito mais importantes para se preocupar, como a corrupção e violência do que com o cinema... e eu respondo a elas que o cinema não salva vidas, ou cura doenças, mas contrói vidas; se a população tivesse mais acesso a cultura, a corrupção e a violência também teria uma segunda opção. A falta de interesse dos brasileiros os tornam iguais, eles não sabem se gostam ou não de Goddard, como iriam saber, se nem mesmo ouviram falar??

Rodrigo Matos